pavilhão com estufa jaraguá - concurso CBCA
Anualmente, a CBCA realiza um concurso voltado para estudantes de arquitetura com o objetivo de explorar projetos com características específicas de estrutura metálica. Em 2018, o tema foi um pavilhão com estufa. A escolha do local de implantação era de livre escolha da equipe.
Estufas são normalmente montadas de forma que as espécies venham popular o espaço, rompendo completamente a vegetação com seu solo mãe. A proposta desse projeto foi de inverter essa lógica, levando a estufa a um ambiente nativo, protegendo de forma mais eficaz a vegetação em uma porção de terra dentre a grande mata em que se encontra.
O terreno escolhido para receber o conjunto de estufas está localizado na estrada que leva ao Parque Estadual do Jaraguá, localizado entre as coordenadas 23º37’30” de latitude sul e 46°45’55” de longitude oeste, encontra-se inserido em grade parte na bacia hidrográfica do rio Tietê, nas escarpas e reservas da Serra do Mar e da Mantiqueira, que constituem o denominado Planalto Atlântico. Com 492,68ha e altitude média de 900m, encontra-se no noroeste do município de São Paulo. O local foi escolhido devido à grande presença de flora e fauna nativa atlântica, além de ser uma rota de turismo ambiental com uma estrada rodeada de mata fechada, a implantação exata respeitou o desenho natural do terreno, buscando as áreas de inclinações e platôs adequados para interferir de forma mínima no lote.
O grupo decidiu levar a Estufa ao bioma que deve ser protegido, complementando com as estufas exóticas. Com objetivo de não modificar drasticamente o ambiente, o complexo de estufas é alinhado a topografia e suspenso do solo. Toda a estrutura é desenhada para se embrenhar na mata, e se manter “flutuando” na topografia acidentada. A estufa de flora local é de modo encaixada na encosta por onde corre um córrego, limitando de forma sutil e, ao mesmo tempo, criando um ambiente de apreciação da biota em toda sua essência natural.
As duas estufas de flora exótica são desenhos estruturais orgânicos que “flutuam” sobre a topografia, se fechando para a mata ao redor e absorvendo a realidade natural em sua volta ao mesmo tempo em que cria um microambiente excêntrico.
Entre as estufas de flora exótica foi organizado o programa verticalmente, dispostos em lajes que se deslocam uma das outras criando movimento e amplitude.
Os programas são distribuídos em ordem; 1° pavimento com a área pública disposto em uma passarela sobre a estrada que possui um restaurante e distribui os visitantes em um eixo para o programa e para as duas estufas de flora exótica e em outro eixo para a flora local, térreo (nível da estrada) com a área pedagógica e administração, 1° subsolo Foyer do auditório e as entradas e saídas das estufas por onde os visitantes trocam de estufa, 2° subsolo auditório e apoio para funcionários, 3° subsolo área técnica.
Equipe:
Arthur Roberto Mendes D´Almeida
Katharine Danielli Cestari
Mari Moreira Monroy
Taiara da Concepción A. Manchola Cifuentes